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MEU AMIGO ATEU

Meu amigo ateu, gosto muito de te ouvir e muito aprecio a tua capacidade de pensar, escuto com atenção e respeito, as tuas teorias. És prolixo quando exponhe as tuas ideias. Confesso que te admiro, te respeito no teu modo de pensar. Entretanto, peço licença para discordar teu materialismo ateu, argumentação própria de quem busca respostas diante de mistérios insondáveis e pode se perder nas razões do nada ou do vazio que por si, em sendo nada, pode perder a razão do ser.

Meu amigo, pela amizade que nos une, pois desde criança convivemos juntos, mesmo percorrendo caminhos tão diferentes, ouso te dizer: “mergulha dentro de ti mesmo, silencia as vozes e reclamos da razão e, com certeza, descobrirás o que eu sempre te disse: “Deus existe e só Ele basta na sua onipotência, onisciência, onipresença; espirito incriado, que está acima, muito além do que tu possas imaginar e de tudo quanto o ser humano, na sua inteligibilidade, possa sobre ele, definir.”

Hoje, passados tantos anos, recordo, com emoção e saudades das nossas discussões, quando ainda adolescentes, alunos do Colégio Diocesano Cristo Rei e vejo que persistem, de lados opostos, as mesmas convicções: tu, ateu convicto, e eu, apaixonado, como sempre, pelo eterno, o invisível, a quem chamamos Deus, Pai, Filho e Espírito Santo. Mistério insondável de amor que continua a embriagar minha vida com o doce vinho do amor.

Sei que tu representas uma multidão incontável de pessoas que negam o que eu creio mas, nem por isso, sabe Ele, a quem adoro e nunca deixarei de amá-las, num respeito profundo de quem sabe que os diferentes, que um dia terão de se encontrar no face a face daquele que é o tudo de nosso nada.

Realmente, reconheço humildemente quanto é difícil apresentar o inexplicável, inexorável e invisível amor tão profundamente presente no universo e particularmente em cada ser humano, independente de credos, religiões, raças e culturas.

Mais uma vez, deixa-me dizer-te, amigo meu, que nunca encontrarás, pela via da razão, sem que a inteligência seja iluminada, se não, pela transcendência imanente daquele que habita em nós; esta é a teimosia que tu conheces muito bem em que, somente por amor, continua insistindo sobre as certezas do que não vemos e os desejos que ainda não temos (Hb 11, 1).

Ah! Como gostaríamos de retomar aquelas agradáveis conversas, desencontros que oportunizaram encontros de amigos que pensam diferente mas nunca deixaram de se amar. Visto que não acreditas, sei que não adianta dizer que “amizade é coisa de Deus” como tudo que é belo é perfeito na face da Terra. Porém, sempre, como sempre, continuarei a te dizer: “Deus te ama como tu és e alegra-me muitíssimo, saber que, não obstante teu arraigado materialismo ateu, és tão humano no que fazes que posso te dizer: não estás longe do céu.”

Um abraço, meu amigo ateu, que por respeito humano, nesses escritos és anônimo, menos pra o meu Deus.

 

Escritos,
Padre Adilson Simões.

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